Escusas

Infames versos meus! Com que direito

Castigas ao leitor tão educado,

E ao Poeta, aqui desrespeitado,

Por este arremedo tão malfeito?!

Como pode, assim, de qualquer jeito,

Ousar que um dia seja publicado?!

Imitação de poema! Deformado,

E de poesia, se vê, todo desfeito?!

Cadê o ritmo, a métrica e enfim

A melodia, cadê? – Mostre a mim

O que te pode chamar de poesia!

Responde-me então: “Sou tua cria!”

“Não tens talento nem pra folhetim!

“O que esperas da tua alma vazia?!”

Roberto Barros
Enviado por Roberto Barros em 03/11/2006
Código do texto: T281457