Escusas
Infames versos meus! Com que direito
Castigas ao leitor tão educado,
E ao Poeta, aqui desrespeitado,
Por este arremedo tão malfeito?!
Como pode, assim, de qualquer jeito,
Ousar que um dia seja publicado?!
Imitação de poema! Deformado,
E de poesia, se vê, todo desfeito?!
Cadê o ritmo, a métrica e enfim
A melodia, cadê? – Mostre a mim
O que te pode chamar de poesia!
Responde-me então: “Sou tua cria!”
“Não tens talento nem pra folhetim!
“O que esperas da tua alma vazia?!”