AMANTE...
A bela moça, quieta... Ah! Dormia,
Na relva verde e cálida, suave,
Ah! Talvez, de saudades, adormecia,
Sonhando ela ter asas, ser um’ave...!
Sentei-me, tão soturno, ao lado dela;
Mãos tão finas, tão doces, delicadas...
Dormia com a cabeça debruçada,
Meiga, sobre os seus braços de donzela...
Uma canção augusta, murmurante,
Desfolhando a minh’alma, complacente,
o arvoredo da mata, assoviava...
Só queria saber de ti, amante,
Pois, eu, sequer o via, displicente,
O tempo despendido, que passava...!
Aarão Filho.
São Luís-Ma, 25 de Fevereiro de 2011