Soneto da Angústia Reprimida

Como uma folha seca ao vento

Sem rumo e sem direção

Sou uma borboleta de asas cortadas

Sigo caminhos na contra mão

Como aquela que se atira na noite

Sinto meu corpo não me pertencer

Inconstante, desatina, sem açoite

Sem valor, sem glória, sem poder

Não me obedeço, não me acho, não me guio

Sou um cão de rua sem dono

Sou um bandido nas calçadas, no frio

Não tenho honra, tudo abandono

Por dentro em mim só há vazio

Só mereço dormir, no eterno sono...

Jessik Andrade
Enviado por Jessik Andrade em 25/02/2011
Código do texto: T2814075
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