PROCISSÃO DAS HORAS...

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Deixei-me no abandono desta vida,

Com o olhar perdido, na janela,

Esquecido de tudo, na singela,

Comunhão da minh’alma, entristecida...

Como chove! É tanta água! Pura!...

Escorrendo do céu, feito uma cauda,

A caírem das nuvens, qual grinalda,

D’uma noiva tão bela, de ternura...

Nem me vi mais!... Nem vi mais nada, não!...

No íntimo, distante, no coração,

Ah, Pressenti o tempo, sim, a me chamar...

Ai! Desatei nas quérulas d’emoção;

E, com as minhas lágrimas, pelo chão,

Eu vi a procissão das horas passar!....

Aarão Filho.

São Luís do Maranhão, 25 de Fevereiro de 2011

Aarão Filho
Enviado por Aarão Filho em 25/02/2011
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