BÁLSAMO DA ALMA
BÁLSAMO DA ALMA
Nem sabes quanto gáudio sinto n’alma ao ler-te,
pois é júbilo em meus olhos tua cantiga.
Sorvo o doce bálsamo que minha alma irriga
e, a um só tempo que brincando, a mente diverte.
É o bálsamo d’alma que faz com que prossiga
a vida de prantos, sem te tocar nem ver-te;
sem que possa em realidade oferecer-te
meu carinho, que restrito aos sonhos, castiga.
É doce sonhar, mas acumula saudades
e a saudade nem sempre me isenta da dor;
doce pejo da consciente liberdade.
Na fria noite quisera dar-te calor;
na triste vida, levar-te felicidade;
e, vorazes, vivermos unos nosso amor.
Afonso Martini
240211