Viver Por Nada
Tento descartar na vala do esquecimento,
Dias intensamente vividos bons momentos.
Na mente nítidos fragmentos de harmonia,
Felicidade agora transmutada em nostalgia.
A busca irracional das respostas inexistentes,
Dissimuladas justificativas passado presente.
Angústia que floresce maltratando o coração,
Mostra como único caminho livre o da solidão.
A dor impiedosamente crava as lanças na alma,
Lágrimas silenciosas rolam e subtraem a calma.
Sepultada está a euforia,congeladas as palmas.
Resta o fel acentuado das longas madrugadas.
A busca inútil das respostas, perdas e apostas.
Cotidiano robótico, sensação do viver por nada.
(Ana Stoppa)