Viver Por Nada


          Tento descartar na vala do esquecimento, 
          Dias intensamente vividos bons momentos. 
          Na mente nítidos fragmentos de harmonia,
          Felicidade agora transmutada em nostalgia. 

          A busca irracional das respostas inexistentes,
          Dissimuladas justificativas passado presente. 
          Angústia que floresce maltratando o coração,
          Mostra como único caminho livre o da solidão.
 
          A dor impiedosamente  crava as lanças na alma, 
          Lágrimas silenciosas rolam e subtraem a calma.  
          Sepultada está a euforia,congeladas as palmas. 

          Resta o fel acentuado das longas madrugadas.
          A busca inútil das respostas, perdas e apostas.
          Cotidiano robótico, sensação do viver por nada.
                                                                
   (Ana Stoppa) 
Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 24/02/2011
Reeditado em 31/07/2011
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