SONETO A MARIO QUINTANA

Fagner Roberto Sitta da Silva

"Como pequenina moeda de prata perdida

para sempre na floresta noturna."

Mario Quintana (1906 - 1994)

Lendo, na noite, sua Poesia

perco-me na beleza dos cantares,

desculpe-me, poeta, quintanares,

como menino na floresta fria

porcurando uma moeda por lugares

também escuros, dentro da vazia

gruta dos versos puros, a que via

como concha ecoando o som dos mares.

Estou numa paisagem surreal

de poemas escritos, pois bem sei

do grande espanto quando leio um canto.

Quintana amigo, a poesia mal

brotava em mim, mas quando te encontrei

num pequenino livro... Ah, foi encanto!

23 de fevereiro de 2011.

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Na antiga escola onde aprendi minhas primeiras letras conheci a poesia deste poeta gaúcho, o livro que achei na pequena biblioteca da primeira escola era o volume "Poesias", uma reunião dos cinco primeiros livros do poeta publicado pela Editora Globo: A Rua dos Cataventos, Canções, Sapato Florido, Espelho Mágido e Aprendiz de Feiticeiro. Tempos depois fiz questão de adquirir a mesma edição que li quando criança, que foi lançada quando tinha um ano, além dos outros livros do poeta. Mas o encanto quase que todo contido ao ler A Rua dos Cataventos, pequenino livro de sonetos escritos numa linguagem simples, terna e humorada. É desta época que vem a minha paixão por sonetos, forma poética que só no final da adolescência comecei a compor.

Fagner Roberto Sitta da Silva
Enviado por Fagner Roberto Sitta da Silva em 23/02/2011
Reeditado em 23/02/2011
Código do texto: T2809992
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