Monólogo
Falar sobre teu corpo é o que mais faço,
falar comigo mesmo e mais ninguém:
palavras que à folha de papel eu passo
lembrando sensações que à mente vêm.
Cada curva do teu corpo é um descaminho,
onde eu me perco há tanto tempo, ainda
sem me lembrar do rumo, em teu carinho,
que me faz confundir a ida com a vinda.
Importante, entretanto, é que conheço
o final dessa jornada, onde mereço
a recompensa maior que alguém possua.
E, ao invés de num papel te descrever,
eu quero mais os descaminhos percorrer
e te envolver nos meus braços, toda nua.