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Será da vida um dono do sortilégio
Será de si abolido de complacência
Um desgraçado sem benevolência
Usurpando da sorte e do privilégio
É deste, em tudo, sua conveniência
Capaz de si, mais infame sacrilégio
Transformar de esdrúxulo ao régio
Sem peso, é cínico sem consciência
Faz o mal com um nobre ar egrégio
Desfaçatez lhe impõe aquiescência
Contraventor do mal ao bom plágio
Infame se também em peso de ágio
Usufrui folgar da lei e da indolência
Abusa a bem de si todo bom adágio
Valdívio Correia Junior, 22/02/2011