O VÔMITO

Cansada de ver, danada da ira...

De ver passar por verdes campos cedros

A corrosão do livro dos meus dias

Cansada, logo, logo... Eu partirei...

Caminha o ser a convidar a vida

E sob meus negros véus montes de pregos

Da inanição a fome corrompida

Regurgito, – pois logo eu não serei!

E da escadaria rolo cada calço...

Da dor tremenda nada sinto em vão

Minha carne é também uma oferenda!

A nostalgia – de tudo é o menos falso

E de tudo o que é meu e o que não me dão,

Pois só eu posso tirar minhas vendas.

Fabiana Rosberg
Enviado por Fabiana Rosberg em 20/02/2011
Código do texto: T2804290
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