MAIOR É O TEMPO
Meu amor, morro de saudades, sem esperança
De encontrá-lo. O coração me dói. Existe o vazio
Onde a tristeza se apodera. Tudo em mim é lembrança.
O passado me sacode. Vem o medo. Tremo de frio.
Viver sem você é uma fatalidade. Sinto-me sozinha,
Perdida nos dias que se vão. Sou a própria solidão.
Espectro vagando em uma noite pobre e mesquinha;
Refugio dos solitários que traz ferido o coração.
Nada tenho a fazer. Maior são os amargos desencantos,
Maior é o tempo que ando perdidamente por aí.
A dor tem uma raiz profunda e muito viva.
Insatisfeita reclamo e desdobro em prantos,
Deixando molhar as contas do rosário que comigo vai
Em rastros compridos nessa dor em agonia ativa.
DIONÉA FRAGOSO