Antítese

ANTÍTESE

No silêncio, um quê de alarido,

Na calmaria, semente de tempestade,

Na lucidez, embriaguez da mocidade

E no sorriso, um abafado grito.

Do ser comum de onde nasce o mito,

O ímpeto da falta de vontade,

No entardecer da minha mocidade,

Do trem da vida eu só ouço o apito.

Pela manhã, somos seres no infinito

Condenados à esfinge do tempo,

E pela tarde somos seres em conflito

Com a apatia de alguma efervescência,

Com o domínio que não se segura ao vento

Desfazendo a natureza da essência

(Eduardo Dias e Erô)

Eduardo Dias
Enviado por Eduardo Dias em 02/11/2006
Código do texto: T280157