Antítese
ANTÍTESE
No silêncio, um quê de alarido,
Na calmaria, semente de tempestade,
Na lucidez, embriaguez da mocidade
E no sorriso, um abafado grito.
Do ser comum de onde nasce o mito,
O ímpeto da falta de vontade,
No entardecer da minha mocidade,
Do trem da vida eu só ouço o apito.
Pela manhã, somos seres no infinito
Condenados à esfinge do tempo,
E pela tarde somos seres em conflito
Com a apatia de alguma efervescência,
Com o domínio que não se segura ao vento
Desfazendo a natureza da essência
(Eduardo Dias e Erô)