O BARDO
Consomes em poesia e eu me assombro
E fico aqui a matutar sozinho
Tenho sempre largo e pronto o meu ombro
Assim como o pássaro tem seu ninho
Teus gritos roucos, loucos me assustam
E fico em atenção como um menino
Os medos de minh'alma logo sustam
Ao descansar num braço feminino
Se guardo em silêncio tais segredos
Não é à toa que em silêncio guardo
Evito o castigo dos degredos
E nesta vida eu carrego o fardo
Nas pontas frágeis, soltas dos meus dedos
Tentando acompanhar o imenso bardo