DESPEDIDA

Falta- me o ar.

Minha única testemunha

A caneta prateada,

Tão gelada quanto meus dedos

Que quedam inertes,

Duros e frios!

O gosto amendoado da bebida,

Arde ainda a garganta.

Ouço vozes agoniadas

Pronunciando meu nome.

Quero sair de mim,

O espírito em fuga...

Cessou o ar,

Mas a aflição permanece!

O papel ainda em branco

Não conseguirá anunciar

Os ‘porques’da letargia

Que aprisionou a minh’alma...

Falta ou excesso de amor?

Ninguém saberá,

Dirão apenas que matou- me

a saudade!