MANTAS E MANTRAS
A minha preta é branca como a lua
De pele lisa seduz meu pensar tão áspero
Eriça pelos, apelo em moça nua
Caminha ereta e me prende no quente útero
Sozinha e quieta de longe a hipnose tua
De tão precisa essa luz que tem brilho próspero
A fé eterniza cozinha-me verve crua
De linha aberta o estúpido verso Cícero
Aponto a seta e sigo aroma, flutua.
Incisa o corte e sangra expostas vísceras
Alcanço a meta, encontro amor em tuas ruas.
Na frisa vejo uma cena: No frio tu suas
Refaço a morte num mantra de reza mísera
A minha preta é manta, em meu corpo atua.