HOMENAGEM A FRANCISCA JÚLIA
Ó Musa, cujo olhar de pedra, que não chora,
Gela o sorriso ao lábio e as lágrimas estanca!
Dá-me que eu vá contigo, em liberdade franca,
Por esse grande espaço onde o impassível mora.
(Francisca Júlia)
HOMENAGEM A FRANCISCA JÚLIA
(Mario Roberto Guimarães)
Longe, contemplas a impassível musa,
Que nada mostra do seu sentimento,
Não esboça um sorriso um só momento,
Nem chora a sua solidão confusa...
Junto dela, quiseras, com o vento,
Correr o mundo, com paixão profusa,
Mas sabes que tal coisa ela desusa,
Sem proferir, de júbilo ou lamento,
Qualquer palavra, a mostrar-se um pouco,
Para que, deste modo, a conheças
E possas declarar o que te dita
A alma incompreendida e aflita,
Falando do amor que ora confessas,
Para afastar teu devaneio louco.