JUSTIÇA
A lágrima que choro, a palavra que digo,
A saudade que dói no meu peito cansado,
O espírito que há muito eu tenho procurado
Dentro deste meu corpo, amanhado em perigo.
As curvas dessa estrada em que perdido sigo,
O tempo que, sem ti, mostrou-se demorado,
Perdão tão crucial ao meu algoz pecado,
Conforto, berço, colo e carinho de amigo...
Sonho realizado e depois esquecido,
Verso que escrevinhei, mas que nunca foi lido,
Pensamento de Amor que não se realizou...
Se pudesses saber o quanto eu te busquei,
Minha tristeza, então, seria tua lei,
Pois julgo que tu és a tristeza que eu sou.