***Serpente Angel***
Vem, voa ligeiro, uma ave de arribaçã
Cavalgar no mundo em seu carrossel
Com marcas invisíveis, em seu tropel
Imprimindo ao peito, canto do acauã
Tu és a filha da mata, criatura de Tupã
Teu beijo é um veneno na boca do réu
É o vôo dum condor do inferno ao céu
Às aguas da Yara, e pântanos de Nanã
Se tu és Serpente que oferece a maçã
Ou escondes a doçura e secretas o fel
Que torna-se furta cor em pele alvaçã
És tu que deixas na boca gosto de mel
Nas asas de hoje não mais de amanhã
E nas miríades do paraíso és tu, Angel...
Valdivio Correia Junior, 12/02/2011