OS OLHOS DA BEM-AMADA [CCLXVII]
Teus olhos, duas poças de ternura,
realçam um castanho provocante
e deles, sempre e mais, me faço amante
e vou beirando os níveis da loucura.
Teus olhos, do frisson indo à doçura,
derramam sobre mim clarão constante;
de cor sonora alegram meu semblante,
um rosto dantes gris e sem ventura.
Olhos grandes, rotundos e bonitos
– dois faróis, uns luzeiros infinitos,
tinas onde minha alma aí mergulha.
Em teus olhos, deveras destacada,
antevejo a mais linda bem-amada,
pois de ti me seduz qualquer fagulha.
Fort., 12/02/2011.