Sina

Agulha, linha e dobra de costura,

barcos à vela em ventos peregrinos,

passageiros de sonhos clandestinos

vão como sombras pela noite escura.

As horas soam badalando sinos

na cabeça que dói feito fratura

de cefaléias crônicas, sem cura,

que nos pesam assim desde meninos.

São birutas febris de desatinos

de vaidades roubadas da impostura

que só giram memórias de tortura.

Distância transparente dos destinos

dilacera a lembrança da textura,

redesenha os caminhos da loucura.

luca barbabianca
Enviado por luca barbabianca em 12/02/2011
Reeditado em 02/11/2011
Código do texto: T2787267
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