DELÍRIOS
Odir, de passagem
Não são meus esses olhos paganais
que regem meu olhar quando te invade.
Eles suscitam sonhos sensuais
em cenas que assemelham de verdade.
Não são minhas as mãos sensoriais
que te simulam sensos de amizade.
Essas mãos indiscretas, imorais,
dos olhos, que não meus, são a vontade.
À minha mente não concebo o intento
de concitar meu corpo no desejo
de ter teu corpo, mesmo em pensamento.
Porém à minha boca, se te vejo,
eu mesmo instigo, e toda vez a tento
chegar-se à tua boca e dar-te um beijo!
JPessoa, 09.02.2011