BENEVOLÊNCIAS
Detenho-me pasmo ante às benevolências,
Pelas mãos que as conduzem aos seus pedidos,
Mãos não divinas, de rapinas providências,
Em voos de braços longamente estendidos.
Às velhas harpias, se dão em oferendas,
Expondo as vísceras para fomes vorazes
Dos filhotes implumes das futuras sendas
Que inda nos ninhos demonstram o quão capazes.
Dentre as heranças da benevolência herdada,
“Pétreas leis” preservam suas integridades
Na cara dura de quem vê e não faz nada.
Assusta-me ao futurar as suas mesas,
Desses crianças que ora são de pouca idade,
Entre as harpias, viverão com quais defesas?