BENEVOLÊNCIAS

Detenho-me pasmo ante às benevolências,

Pelas mãos que as conduzem aos seus pedidos,

Mãos não divinas, de rapinas providências,

Em voos de braços longamente estendidos.

Às velhas harpias, se dão em oferendas,

Expondo as vísceras para fomes vorazes

Dos filhotes implumes das futuras sendas

Que inda nos ninhos demonstram o quão capazes.

Dentre as heranças da benevolência herdada,

“Pétreas leis” preservam suas integridades

Na cara dura de quem vê e não faz nada.

Assusta-me ao futurar as suas mesas,

Desses crianças que ora são de pouca idade,

Entre as harpias, viverão com quais defesas?

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 09/02/2011
Reeditado em 12/02/2011
Código do texto: T2781885