Invenções sem pontuação
Já não invento praias de coragem
deixai-me dormir os meus cansaços
neste copo e no outro na voragem
de tropeçá-los sem ouvir meus passos
eu mato fomes antigas que perfazem
circuitos de fogo entre meus braços
e se a cabeça gira e os pés jazem
quase mortos deixai-os são espaços
cruzando os mares dessas travessias
enquanto morrem roteiros os meus dias
só me contam calendários eu à margem
marinheiro sem rumo porto incerto
quando fujo de mim sou descoberto
já não invento praias de coragem