Poema decrescente
Perdi-me por contar e cantar verdades e mentiras,
Deixando que passassem ao longo dessa vida,
Os momentos mais românticos que jamais sentira,
Ocupando-me de tornar uma relação insípida;
Passando a ter um compromisso com o sofrimento,
Num show de histrionismo e desequilíbrio afetivo,
Em que o ciúme era um ir e vir a cada momento
E o amar se transformou em verbo defectivo!
Não sei, se por ser assim tão impulsivo,
Consegui ser o poeta dos poemas decrescentes
Como se o sentimento fosse um engano redivivo,
A negação de um amor que transcende e se arvora
Em reformador da ternura, que se faz presente,
Sentimento que se agiganta, domina e se devora!