CUMPLICIDADES

Deitamos sozinhos em horários difusos,

Lembramos os amores que já foram partidos,

Viajamos vagando por mundos profusos,

Reabrindo caminhos no tempo perdidos.

Debruço sobre ti com delírio e desejo,

Derramo o meu suor, me ajeito e me entrego,

Sobre a veste, pouca, murmúrios despejo,

De corpo e de alma meu prazer descarrego.

Nós somos cúmplices, sobretudo, suspeitos

Por não acobertar nossos coitos proibidos

Que sob as cobertas tornamos desfeitos.

Vives intenso, o meu amor de Romeu,

Sempre arrumada e me querendo despido,

Somos um para o outro – minha cama e eu.

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 08/02/2011
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