CUMPLICIDADES
Deitamos sozinhos em horários difusos,
Lembramos os amores que já foram partidos,
Viajamos vagando por mundos profusos,
Reabrindo caminhos no tempo perdidos.
Debruço sobre ti com delírio e desejo,
Derramo o meu suor, me ajeito e me entrego,
Sobre a veste, pouca, murmúrios despejo,
De corpo e de alma meu prazer descarrego.
Nós somos cúmplices, sobretudo, suspeitos
Por não acobertar nossos coitos proibidos
Que sob as cobertas tornamos desfeitos.
Vives intenso, o meu amor de Romeu,
Sempre arrumada e me querendo despido,
Somos um para o outro – minha cama e eu.