Nada...

É o começo de tudo, das veredas escuras

Como um barulho no abismo, de figuras mudas

Do nada nasce à vida, engenhosa ferida

Que encandeai a maturidade das frutas

Que passa no coração da gente, quando se recente

Um aperto no peito, como quem se desvanece

Como a negra nuvem passando,

anunciando a febril tempestade

É como o imenso calabouço escuro

Que aprisiona o que de mal se fez

Num crime insensato, absurdo

Que nunca terá volta, ou se desfez

Que se revela no profundo escuro

De um negrume sem saída que se enlaça duma vez

Paulo Poeta
Enviado por Paulo Poeta em 30/10/2006
Código do texto: T277738