Queda

Fagner Roberto Sitta da Silva

Caio das altas torres do jamais,

mas essa dor fatal que dilacera

a alma é feita de cacos de vitrais

e dessa sua imagem de quimera.

Tudo é silêncio de altas catedrais,

palácio de desejo onde quisera

sumir, apenas, para nunca mais

sair, pois lá é sempre primavera.

Só que foi mal fadado todo intento,

todas as tentativas de mostrar

o meu mais cristalino sentimento

fazendo tudo se tornar deserto

onde ficasse apenas o pulsar

de uma ferida neste peito aberto...

19 de janeiro de 2011.

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Muito obrigado pela interação, Adria. "Queda" é um dos meus primeiros sonetos, gosto dele pois foi feito para um sentimento que realmente surgiu, aconteceu e, como chama, aos poucos apagou-se deixando a dor no coração ainda adolescente:

SOERGUIMENTO

Adria T C Comparini

Dos cacos esparamados pelo chão,

Construo uma nova e bela catedral...

Construo forte baluarte neste chão,

Peça por peça de uma forma natural.

O sentimento puro, imenso é a base

E o amor humano fraco se fortalece,

Mesmo quando cai e se esfacela, quase

Se imerso na dor... o deserto tece.

Mas o amor maior...feito de espera,

Cura toda a dor, o pranto a angustia,

(Tão implacável pensa que dilacera!)

Porque a sabedoria e a astúcia,

Do grande sentimento, mata a quimera

E renova a primavera com sua argúcia!

Fagner Roberto Sitta da Silva
Enviado por Fagner Roberto Sitta da Silva em 07/02/2011
Reeditado em 04/07/2011
Código do texto: T2777349
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