Soneto à Florbela Espanca
Fagner Roberto Sitta da Silva
"Dos meus beijos de amor Deus me fez avara
para nunca os contares até ao fim."
Florbela Espanca (1894 -1930)
Uma linda mulher com violetas
cantando Amor em formas sensuais
de sonetos, desejos ideais
tão sutis como frágeis borboletas...
Não sentiu as carícias mais completas,
mas cantou os amores desleais
de homens que se tornaram irreais
nas noites impossíveis e secretas.
Linda mulher com alma sedutora,
de portuguesa sempre sofredora
que foi eleita pela dor mais louca.
Solitária poeta do Alentejo
que quis sentir o mais intenso beijo
que a vida não sonhou pra sua boca...
17 de julho de 2007.