Abril e Janeiro
Observo o papel em branco, quase hostil
A mão direita, hesitante, me dói
Maldigo este abafado mês de abril
E este tédio amargo que me corrói
Na parede, o teu retrato me sorri
Lembra-me o dia em que você partiu
Lembra-me que você me deixou aqui
e que nunca poderei dar o que você pediu
Na minha cama, permanece o teu cheiro
Persistente, ainda não se dissipou
Resiste lembrando-me do feliz janeiro
Quando pela minha porta você entrou
E aquele arrepio me percorreu por inteiro
No ultimo dia em que você me amou