INSÔNIA
Odir, de passagem
Desdormido, desfaço o meu deserto
desfiando nos dedos, data a data,
o desgosto danoso descoberto
nos dramas que o destino desbarata.
Indormido, insondável, inexperto,
meu instinto, investido de isopata,
insiste no ilogismo nele inserto,
inconcebível nessa insônia ingrata.
Não há nada no nada onde navego
noturna negação não nominada
no negrume da noite em que me nego!
Exploro estranha estrela encastelada
no ermo escurecido de meu ego,
e me escondo no escuro dessa estrada!
JPessoa, 01.02.2011