Peito Sincero
Não vou deixar-te a pensar e a dormir
Na incerteza que tanto queima e gela!
Não duvides do meu peito, que apela
Para que, o teu, possa ele polir!
Não te isolas, Musa... Saibas ouvir
Os sons que arremesso nesta tela:
Para ti, sussurros, minha donzela;
Para outrem, um louco a grunhir!
Firma a vista: olha aqui para dentro!
Observa atentamente o epicentro
Por onde jorra o meu sísmico abalo!
Esse tremor onde dança o querer
Ao ritmo do amor, que, por crescer,
Motiva-me a falar, e não mais calo!