HOMENAGEM A EUCLIDES DA CUNHA

Um dia a vi, nas lamas da miséria,

Como entre pântanos um branco lírio,

Velada a fronte em palidez funérea,

O frio véu das noivas do martírio!

(Euclides da Cunha)

HOMENAGEM A EUCLIDES DA CUNHA

(Mario Roberto Guimarães)

Tu viste a face da miséria pura,

Que te tocou bem fundo o coração,

Abriste a alma em comiseração,

A lamentar tão grande amargura...

Marcou-te a cena, plena de emoção,

Retrato singular da noite escura,

Daquela que tão frágil, insegura,

A esmolar, vivia em solidão...

Mas, a provar que a boa sorte existe,

Colheu-te um dia o susto do contraste,

Ao vê-la passar, em carro brilhante...

E ela ria, feliz, exultante,

Como jamais sequer imaginaste

E eis que, desde então, não mais a viste.

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 01/02/2011
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