HOMENAGEM A EUCLIDES DA CUNHA
Um dia a vi, nas lamas da miséria,
Como entre pântanos um branco lírio,
Velada a fronte em palidez funérea,
O frio véu das noivas do martírio!
(Euclides da Cunha)
HOMENAGEM A EUCLIDES DA CUNHA
(Mario Roberto Guimarães)
Tu viste a face da miséria pura,
Que te tocou bem fundo o coração,
Abriste a alma em comiseração,
A lamentar tão grande amargura...
Marcou-te a cena, plena de emoção,
Retrato singular da noite escura,
Daquela que tão frágil, insegura,
A esmolar, vivia em solidão...
Mas, a provar que a boa sorte existe,
Colheu-te um dia o susto do contraste,
Ao vê-la passar, em carro brilhante...
E ela ria, feliz, exultante,
Como jamais sequer imaginaste
E eis que, desde então, não mais a viste.