ESPERA INÚTIL
Odir, de passagem

Eu me perdi das horas, ao contá-las
num sonho plenamente não vivido,
e me perdi de mim e assim perdido
sigo o som dos silêncios e das falas.

O prescrito nos ritos das cabalas,
o rasteio das dores que hei carpido,
o que me foi negado e concedido
às vozes das alcovas e das salas.

Eternizado em meu amor primeiro,
a cada novo instante alvissareiro
eu peço ao tempo a paz que não me dera.

Mas o tempo, pesando no ponteiro
do relógio, discorde o dia inteiro,
mostra o inútil dessa longa espera!

JPessoa, 30.01.2011
oklima
Enviado por oklima em 30/01/2011
Código do texto: T2762092
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