Esvanecendo...
A Ela
Que dor inda me causa essa ferida,
Quando tu, pelas campas, corredores,
Andavas a cismar cheia de horrores,
De olhares reflexivos — distraída.
Longe, qual uma sombra tão perdida,
Tu vinhas pelos fúnebres verdores;
Contemplando a beleza dos clamores,
Duma escultura em mármore, esculpida.
Pelos perpétuos bancos tu sentavas,
Com as mãos ao regaço, solitárias...
E os teus cabelos negros pelos ares...
E arrastando os coturnos tu passavas,
Por entre as velhas campas mortuárias,
Na solidão dos prados tumulares.
24 de Janeiro de 2011
* Versos decassílabos.