JANELAS DO AMOR
JANELAS DO AMOR
Olho o amor com inefável doçura,
co’os olhos da alma nos olhos da carne.
Vejo recíproco desejo e alarme;
o alegre pinga pingar da ternura.
Não há no mundo um possível desarme
se o amor floresce em jardins de candura.
Nos olhos da carne há tanta fofura:
janelas da alma do afeto a fitar-me.
Tão simples e singelo e sem pecado
É a lucidez de pureza e candor,
que há nele a vida e a luz do passado.
Mas se fingido é esse doce sabor
só a paixão se acha no olhar instalada
é o calor da libido, não é amor.
Afonso Martini
270111