ESTE TEU OLHAR

O teu olhar, face ao encanto e à ternura,

Renasce a vida quando finda já for tida,

Convém amor, acende a chama, propõe jura,

Fura a carne como punhal em mão bandida.

Anestesia o corpo – faz tremer as pernas,

Pensamentos se colocam em desalinho,

Provoca ânsias, sei lá o que – desgoverna!

Faz-se girar como vento redemoinho.

Por teu olhar redesenhei tantas esquinas,

Fiz cruzá-las à mesma rua onde passavas,

Eu me postava às caminhadas vespertinas.

Ah – o teu olhar – quando flecha nas carências!

Faz reticências onde um ponto só bastava

E meus desejos aumentarem abstinências.

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 27/01/2011
Reeditado em 01/02/2011
Código do texto: T2755799