ESTE TEU OLHAR
O teu olhar, face ao encanto e à ternura,
Renasce a vida quando finda já for tida,
Convém amor, acende a chama, propõe jura,
Fura a carne como punhal em mão bandida.
Anestesia o corpo – faz tremer as pernas,
Pensamentos se colocam em desalinho,
Provoca ânsias, sei lá o que – desgoverna!
Faz-se girar como vento redemoinho.
Por teu olhar redesenhei tantas esquinas,
Fiz cruzá-las à mesma rua onde passavas,
Eu me postava às caminhadas vespertinas.
Ah – o teu olhar – quando flecha nas carências!
Faz reticências onde um ponto só bastava
E meus desejos aumentarem abstinências.