Paisagem
Fosse, a força do querer, meu teto
Teu olhar seria a lua
Teu corpo seria a rua
Onde o meu sairia descoberto.
Fosse, um lago a me banhar, a lingua tua
Eu, ali, me afogaria, é certo
Sucumbiria desse prazer secreto
Que dentro de mim, se insinua.
A me castigar nesse deserto
Onde sua imagem se perpetua
Em miragens do meu eu concreto
Sem qualquer sanidade que destrua
A paisagem que esse amor discreto
Deixa a toda hora que eu construa.