REALIDADE

Não sei agora acalentar sonhos irreais,

Ser vivo é ter nas mãos algo a sentir,

Não vou fingir dor de amor os mesmos ais,

E deixar que o tempo venha me mentir.

Tocarei os teus lábios nos meus sonhos?

Por acaso ouvirei palavras na minha dor?

Ou Dormirei no teu colo em sonho risonho?

Ou também te ouvirei falar de nosso amor?

Sei que a fagulha ainda queima em chama,

Cá dentro há um peito de quem muito ama

E que de paixão o corpo ainda estremece.

Mais já não iludo minha alma como uma criança

Apenas sigo o destino da longa quermesse,

Que me avisa sem dolo, pra não ter esperança.