IMAGINO-TE...
IMAGINO-TE...
Ouço a voz, sim... ao telefone, uma doçura!
tua face e teu corpo, na fotografia,
e embora a juventude em teu rosto sorria,
vejo tristeza em teus olhos e formosura.
O que mais se esboça na silhueta esguia,
suponho ouvir-te a alma que, silente, murmura:
“gosto do suave, do afável, da ternura;
amo a paz, a verdade e amo a psicologia”.
Ainda que não avalie o temperamento
que te conduz mansa e afável e não se agasta
sabendo ouvir e falar com discernimento.
Não gostas de mal entendido que se arrasta;
amas o simples que se faz ledo momento;
que se integra na vida e as agruras afasta.
Afonso Martini
260111