ÂNSIA II

ÂNSIA II

Meus desejos me consomem,

Afloram fortes, doem, angustiantes,

Pulsam freneticamente, tremem

Minhas mãos, rígidas, latejantes.

Tenho sede de tocá-la, de senti-la!

Materializa-te dentre minhas fantasias

Em reboliço constante, ávida, fremente,

Num festival de anseios em minha mente.

E presos aos grilhões de nosso destino,

Clamo agora por um momento de ternura,

Na distância fria de nossos corpos ausentes,

E, ouvindo de ti essas tuas súplicas,

Nesses segredos reprimidos, incontidos,

Como me maltratam esses teus gritos!

Urias Sérgio de Freitas