Soneto n.179
LÁGRIMA DE AMOR
(soneto n. 179)
***
Quem dera acender a minha Vida
numa estrela de múltiplas pontas
e, como num desses faz-de-contas,
me sentisse sua amada prometida.
Em uma prece já bem conhecida
e no rolar do tato de doces contas,
minhas mãos escorregam, tontas,
no rosário de pérolas, sem medida.
Junto à suave imagem da Santa,
eu murmuro todo grande anseio
e o nome que trago no meu seio.
Um tal Amor me agita e espanta
até avistar uma lágrima amorosa
cair também da Mater dolorosa!*
Silvia Regina Costa Lima
19 de janeiro de 2011
Obs: este soneto não tem um caráter religioso.
* Mater - Mãe - (latim) - usado geralmente para designar a madona, a santa do altar