DO TUDO...

De todas as formas que ora não tenho...

Dos súbitos traços que só desconheço

Dos amargos perfumes e doces venenos,

Dos meus tantos afetos e desapreços,

Do útil e vil do que me condeno,

Dos eternos abraços de laços efemêros!

Dos olhos abertos em ofuscados momentos

Da fria paisagem num coração ardendo;

Da poesia incólume de rima autóctone!

Do grito tão farto de desejo sedento...

Da palavra roubada e tão embargada,

Dos tomos inteiros dos quais não me lembro...

Do tudo adiante, passado-presente:

O obscuro dum verso...tênue traço de alento.