Pigmalião e Galateia

Fagner Roberto Sitta da Silva

Pigmalião trabalhava pela escura

noite esculpindo numa pedra fria

o seu eterno sonho, fantasia,

da mulher ideal de forma pura,

colocando na frágil escultura

todo sonho... e de tanto que a queria

viva ele baixo às vezes a pedia

num misto de esperança e de amargura:

Mas se ao menos houvesse vida... Vida

nos seus olhos, vida sem medida

e sua pele fosse quente... ao menos...

E tocou a escultura, com desejo,

que se moveu lhe dando um longo beijo

como se fosse a própria deusa Vênus.

16 de agosto de 2006.

Escrito após uma leitura (de muitas) do livro A Idade da Fábula, de Thomas Bulfinch.

Fagner Roberto Sitta da Silva
Enviado por Fagner Roberto Sitta da Silva em 23/01/2011
Reeditado em 24/01/2011
Código do texto: T2746439
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