Pigmalião e Galateia
Fagner Roberto Sitta da Silva
Pigmalião trabalhava pela escura
noite esculpindo numa pedra fria
o seu eterno sonho, fantasia,
da mulher ideal de forma pura,
colocando na frágil escultura
todo sonho... e de tanto que a queria
viva ele baixo às vezes a pedia
num misto de esperança e de amargura:
Mas se ao menos houvesse vida... Vida
nos seus olhos, vida sem medida
e sua pele fosse quente... ao menos...
E tocou a escultura, com desejo,
que se moveu lhe dando um longo beijo
como se fosse a própria deusa Vênus.
16 de agosto de 2006.
Escrito após uma leitura (de muitas) do livro A Idade da Fábula, de Thomas Bulfinch.