DEDO DE UM DEUS
Interagindo com o poeta Odir, parceiro-amigo
ESCOMBROS
O morro se derrete, de repente,
e avança sobre árvores de lama;
a língua escorreguenta gravemente
arranca a rocha em sua fúria e gana!
Ribombam os trovões e os coriscos
vertem choro e luz na madrugada;
vozes vagas, joanas e franciscos
procuram a criança sepultada.
Sem pressa, a lama prenhe de entulho
vai parindo corpos, sangue e medo;
rola descrença em cada pedregulho,
um deus irado apontou seu dedo!
Estende o sol a sua luz incerta
e fecha a tumba que encontrou aberta!