DEDO DE UM DEUS

Interagindo com o poeta Odir, parceiro-amigo

ESCOMBROS

O morro se derrete, de repente,

e avança sobre árvores de lama;

a língua escorreguenta gravemente

arranca a rocha em sua fúria e gana!

Ribombam os trovões e os coriscos

vertem choro e luz na madrugada;

vozes vagas, joanas e franciscos

procuram a criança sepultada.

Sem pressa, a lama prenhe de entulho

vai parindo corpos, sangue e medo;

rola descrença em cada pedregulho,

um deus irado apontou seu dedo!

Estende o sol a sua luz incerta

e fecha a tumba que encontrou aberta!

Chaplin
Enviado por Chaplin em 23/01/2011
Reeditado em 31/01/2011
Código do texto: T2746118