O BOTÃO DE ROSA QUE NÃO ENVELHECEU
A flor que nos fascina viva no jardim
e somente a cheiramos sem sequer colhê-la
demora mais tempo a murchar e a morrer. Tê-la
num jarro é condená-la a abreviar seu fim.
Perderá logo o brilho e ficará ruim.
Será triste no lixo, sem demora, vê-la,
ela que um dia cintilou tal uma estrela.
Se ela tivesse voz gritaria: - Ai de mim!
Lembro-me de um botão de rosa num distante
jardim, há muito tempo, a desabrochar, lindo,
que me encantou bastante com sua meiguice.
Mas eu não quis colhê-lo. Não quis ser pecante.
Seu desabrochar nem estava ainda findo.
Ainda o vejo na lembrança sem velhice.
(19/05/2005)