Soneto para os poetas mortos

Noite alta no cemitério antigo.

Sombras tortas de cruzes pelo chão.

Restos de luar espiam no desvão

Das portas dos jazigos.

Um vento fino sopra nas folhagens.

Uma escura nuvem cobre a lua.

Numa dança orgíaca de imagens

Bailam mortas nuas.

Tudo é quietude e calma.

Dormem todas as almas

E das lajes frias, tétricas,

O que ainda me dá medo

São poetas mortos a bater os dedos

Marcando suas métricas.

luca barbabianca
Enviado por luca barbabianca em 22/01/2011
Reeditado em 25/02/2011
Código do texto: T2744963
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