ESTRELA DA MANHÃ
ESTRELA DA MANHÃ
Como te chamas, doce estrela da manhã?
Que no lusco-fusco da aurora estás desperta;
teu passeio é triste pela vida deserta,
procurando a ponta do novelo de lã.
Presta atenção no tempo, que tudo conserta;
olha para a lua, não te parece anciã?
Veja-a pálida, suas rugas, suas cãs,
mesmo assim sua luz para todos oferta.
És o encanto do poeta que vê teus passos;
que ferve agonias na caldeira do amor
e aguarda o momento de dormir em teus braços.
Sê irmã da sorte e não alimentes a dor;
não cria para tua alma tanto embaraço.
Vais sentir que a vida ganha novo sabor.
afonsomartini
200111