Vítima de mofa
Da embriagues, duma paixão crucificada...
Um avejão que me ronda amortalhado,
Um vil, um tolo, que jamais será amado,
Um espírito sem luz, uma vida sem nada!
Espectro doente, dum amor crucificado...
Folha seca, deitado ao chão, vida cruzada
A arrastar por entre a seda amortalhada
Os negrumes d’um coração despedaçado...
Vem num brado de saudade e de desejo
Murmurando a sua voz enternecida
Ao recordar em tua face o idôneo beijo...
Fala d’um amor que há tempo foi perdido...
E em sua voz embriagada e despercebida,
Que há séculos fora, por nome, esquecido!
(Poeta Dolandmay)