PLATÔNICO AMOR
Se porventura em ti guardado a mim... Tivesse
Neste sorrir tão radiante, mas tão escasso!
A bailar feito beija-flor esvoaçante no cravo
A sugar o néctar em jardins de mim... Viesse!
E se acaso este rio que de meus olhos desce
Feito rua deixasse de eu ser escravo
Ai de mim! Lutaria meu Amor como bravo
Minha vida dar-te-ia se quisesse.
Mas oh flor! Que ficas a balouçar ao vento
Tão pura tão rubra sem ter conhecimento.
A perfumar as mãos de quem a roça.
Não vê este pobre coração a bater tão ardente!
Em enleio ao ver-te. E que de tão valente!
A teus pés fica escravo meu Amor, se me tocas.
Icoaraci, 03/03/08 – 13h20.