PLATÔNICO AMOR

Se porventura em ti guardado a mim... Tivesse

Neste sorrir tão radiante, mas tão escasso!

A bailar feito beija-flor esvoaçante no cravo

A sugar o néctar em jardins de mim... Viesse!

E se acaso este rio que de meus olhos desce

Feito rua deixasse de eu ser escravo

Ai de mim! Lutaria meu Amor como bravo

Minha vida dar-te-ia se quisesse.

Mas oh flor! Que ficas a balouçar ao vento

Tão pura tão rubra sem ter conhecimento.

A perfumar as mãos de quem a roça.

Não vê este pobre coração a bater tão ardente!

Em enleio ao ver-te. E que de tão valente!

A teus pés fica escravo meu Amor, se me tocas.

Icoaraci, 03/03/08 – 13h20.

Angela Pastana
Enviado por Angela Pastana em 18/01/2011
Código do texto: T2736792
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