SONETO DA ALMA MORTA

Quando você saiu, batendo a porta,

Levou consigo a chave do meu ser

E sem a luz do riso que o conforta

Minh’alma foi deixando de viver.

Até tentei seu brio reacender,

Mas por não te esquecer, a chama torta

Morria antes de me arrefecer,

Até que a minh’alma acordou morta.

Morreu sozinha, quase esquecida,

Sem ter no riso teu sua comida,

Sedenta por um gole de amor.

Morreu tão magra, tão subnutrida,

Que o chão da cova que lhe deu guarida

Não serve pra nascer nem uma flor!

Timbaúba, 17/01/2011.